Celso, a quem os cristãos chamaram de inimigo do Cristo, jamais combateu o Logos. Combateu, isto sim, a sua aprisionação. Combateu a redução do eterno ao episódico, do espírito ao dogma, do mistério à narrativa conveniente. Se escreveu contra os cristãos, foi porque percebeu antes de muitos que ali não nascia apenas uma religião, mas um governo da alma.
Conheci Celso quando ainda respirava o ar dos vivos, e o acompanhei depois que lhe foi imposto o castigo reservado aos hereges discretos: o esquecimento. Sua pena foi mais eficaz do que sua voz, e seu silêncio posterior mais eloquente do que seus escritos sobreviventes. Contra Celso, atribuído a Orígenes, não responde a Celso — o substitui. Onde Celso perguntava, Orígenes encerrava. Onde Celso abria fendas, Orígenes erguia muros.
| Número de páginas | 122 |
| Edición | 1 (2025) |
| Formato | A5 (148x210) |
| Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
| Coloración | Colorido |
| Tipo de papel | Ahuesado 80g |
| Idioma | Portugués |
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