Do Mundo-Gestão ao Hiperfuncionamento Quantofrênico - Ensaios Sobre ‘Os Seres Algoritmos’
A Sociedade Contemporânea, permeada pela sua lógica de consumo, instalou um ambiente estranho e incerto. Não se trata de turvar aquilo que se está posto, mas, sim, também, não podemos negar é uma bela máquina de moer gente. Embalado no estado permanente de alerta e pressão, esse ambiente promove a incitação da individualidade ‘absoluta’. Assim, instalou-se a atmosfera do medo ambiente. Os indivíduos, que exalam originalidade e autonomia, são, na verdade, os seres despossuídos, poucos reflexivos e ansiosos por se fazerem iguais. O conteúdo nada mais é do que puro lampejo[1]. Pode parecer confuso, contudo, na ânsia de serem diferentes, nada mais são do que o resultado de que esse ambiente cria indivíduos iguais. Não iguais na forma ou condição socioeconômica, mas no desejo de consumirem tudo, sem amarras, por mais sinistro o fenômeno que possa parecer.
A lenta, mas implacável, máquina de moer gente tem cláusulas embutidas em letras minúsculas que cobram ‘juros extorsivos’ em busca da promulgada felicidade. O ambiente é uma armadilha ostentatória que impinge e fecunda o gosto por se ‘acabar’ de tanto se consumir. A argamassa aqui é o medo de não ser o bastante. De não conseguir aquilo que o ambiente solicita. Assim, ora fatigado pela busca de resultados, ora pela conquista da felicidade, somos ao mesmo tempo vítimas e carniceiros de nós mesmos.
Como já expressamos, em nosso livro A Sociedade Contemporânea: do consumo-tudo à euforia da decepção: ensaios sobre ‘seres solitários’, temos de um lado a felicidade como produto, do outro a ansiedade como filha. De um lado, o hiperconsumo, do outro, a eterna insatisfação. O desejo, doutro, a depressão. A liberdade, no outro lado, a clausura. O hedonismo, do outro o narcisismo. De um lado a superconexão, do outro a solidão. Percebem-se indivíduos saturados, entretanto, desejosos e na ansiosos de aumentar a dose. Reféns desse destino, vivem na compulsão de consumir como mola-mestra de uma vida cheia de ‘sentidos’.
Em nosso primeiro livro dessa série, já citado anteriormente, propusemo-nos a analisar a nossa sociedade e seus esquadros reguladores da vida. Na busca para ampliar nossa análise, aqui nesta obra, pomo-nos a entender como o ambiente se apresenta e quais as causas e efeitos sobre a vida. Então, nessa construção, entendemos que se trata de um ambiente que elegeu a Gestão como o seu ‘deus’ condutor, embalado pela precarização do trabalho, da superexposição nas redes, tudo bem engendrado pelo ambiente dromológico que condicionou a quase todos ao hiperfuncionamento. Cabe também ressaltar que a Algocracia desse ambiente estratificou e esquadrinhou cada um dos indivíduos, transformando-os em algoritmos consumidores.
Assim, aquilo que ainda preservava diferenças transformou-se na tirania dos iguais. A máquina de moer gente está em pleno funcionamento. Não queremos ser pessimistas; apenas nos propomos, como já manifestado, a apresentar o ambiente que seleciona e rejeita o destino dos indivíduos dessa sociedade do consumo. Todos produtos mitigados pela necessidade da construção de si como mais um produto, dentre tantos, desse ‘mundo-prateleira’.
ISBN | 978-65-500-1110-9 |
Número de páginas | 126 |
Edición | 1 (2020) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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