Tá pensando o quê?

Inspirado por alguns insights durante a leitura do romance “Infância”, de Graciliano Ramos, propus-me a escrever este meu segundo livro infantojuvenil, Suas páginas foram embasadas nos debates do curso de pós-graduação em Literatura, no qual preconizava-se que, neste nicho de formação de leitores, o autor deveria fazer o foco narrativo passar pelo personagem, no caso, um pré-adolescente muito singular caracterizado e composto por elementos de diversos garotos conhecidos, mas que levam o nome de meus 2 sobrinhos. O interessante é que o personagem só recebe o nome quase ao fim da trama, pondo, como no romance de Ramos, um certo fim à infância, chegando a uma fase mais desenvolvida após certo rito ou fase de passagem, patrocinado pelo amor. É, o amor... Fala também da família, da escola, do universo dos jovens atuais, do seu convívio com as máquinas e tecnologias em detrimento dos antigos jogos pueris de décadas ou séculos atrás. Aborda o tema da sexualidade nestes tempos hodiernos quando tudo existe e supostamente pode. O personagem principal é cativante e muito interessante, fazendo serem ouvidos até seus pensamentos, gostos e alguns dilemas comuns da idade, terminando no capítulo Dilúculo – novamente aqui uma palavra que aprendi com Graciliano Ramos; formado de 5 contos entrelaçados, como se compusessem um proto-romance, formando uma obra de leitura acessível para a faixa etária a que se propõe entreter e ajudar a plasmar como bons leitores, embora ache que os adultos também irão apreciar.