Inverno

Tiago: Quando a neve cai e cobre tudo com seu manto branco, é fácil se perder no silêncio gelado. Mas, no meio do frio, encontrei algo que aqueceu meu coração — Bianca. Ela não é apenas uma lembrança das tardes de infância em Santa Catarina, ela é a promessa de que, mesmo em meio à tempestade, existe uma chance de recomeçar. Juntos, criamos memórias que pareciam eternas. Mas o que eu não sabia era que o amor poderia ser tão sufocante. Ela sempre foi a estrela que iluminou meus dias, mas, com o tempo, percebi que me perdi na obsessão por ela, sufocando o que deveria ser livre. Agora, depois de anos separados, vejo que não sei mais o que significa amar sem me perder. Bianca ainda me mexe de uma forma que eu não sei explicar, e, talvez, o maior erro de todos tenha sido deixá-la partir.

Bianca: Eu sempre achei que amor fosse algo simples, algo que acontece naturalmente. Quando conheci Tiago, parecia que tudo fazia sentido. Ele era a minha segurança, a minha alegria nas tardes geladas de inverno. Mas com o tempo, a intensidade de seu amor, que no início parecia só carinho, se transformou em uma prisão. Eu tentei lutar contra o medo de perder minha identidade ao lado dele, mas, no fundo, sabia que estava me afundando. Quando ele se foi, eu achei que pudesse respirar, que poderia ser finalmente eu mesma novamente. Mas a saudade dele me consome, e agora, anos depois, encontro-me de volta a ele. Mas o que fazemos quando o amor não é mais apenas uma lembrança, mas uma ferida aberta que não cicatriza? Eu ainda o amo, mas também tenho medo do que esse amor ainda pode fazer conosco.