Falar de luto exige mais do que conceitos. Exige responsabilidade histórica. Durante muito tempo, o sofrimento psíquico da população negra foi tratado como desvio individual, fragilidade emocional ou inadequação social. A psicanálise, ao privilegiar trajetórias subjetivas descoladas da história, contribuiu — ainda que involuntariamente — para o silenciamento de dores que não nasceram no indivíduo, mas na violência colonial, na escravidão e na diáspora forçada. Em Luto, Ancestralidade e Diáspora, Adriano Moraes propõe um deslocamento necessário. O autor não nega a psicanálise; ao contrário, tensiona seus limites e a convoca a olhar para aquilo que ela historicamente evitou: o luto coletivo, o sofrimento racializado e a ancestralidade como memória psíquica viva. Ao articular Freud, especialmente Luto e Melancolia, com a experiência afrobrasileira e as espiritualidades de matriz africana, a obra constrói uma leitura original e eticamente comprometida. Não se trata de ritualizar a clínica, nem de psicologizar o sagrado, mas de reconhecer que, onde o luto foi proibido, outras formas de elaboração precisaram existir.
| Número de páginas | 182 |
| Edición | 1 (2025) |
| Formato | A5 (148x210) |
| Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
| Tipo de papel | Offset 80g |
| Idioma | Portugués |
¿Tienes alguna queja sobre ese libro? Envía un correo electrónico a [email protected]
Haz el inicio de sesión deja tu comentario sobre el libro.