Rebeldia

Por Paul Marcel

Código del libro: 715636

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Romance, Ficção Científica, Música, Ficção e Romance

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Sinopsis

Sempre questionador, nunca dogmático, Paul Marcel nos faz perguntas instigantes, quando não perturbadoras, em seu segundo volume de contos, evitando os extremismos de doutrinações vigentes.

Será que a rebeldia também pode ser uma convenção social? Eis a questão posta no conto que dá título ao livro. Haverá filhas e filhos dos deuses caminhando entre nós, como professavam os gregos antigos? Os protagonistas de "Dimitrios não queria acreditar" podem ter a resposta. A música é capaz de transportar o humano a outras esferas? Que o diga a Joana de "Om". Haverá libertação na violência? O narrador de "Crime perfeito" defende esta tese arrepiante.

Todo autor tem seus temas recorrentes – a própria literatura, a música, o cinema, as religiões, costumes e até o mundo do tênis estão entre os de Paul. Mas em "Rebeldia" ele vai além: na nova coletânea há uma reflexão sobre o lugar do humano no universo com um toque de ficção científica ("Isolamento"), os votos de casamento de uma noiva “pós-Me Too, pós-millenials, pós-cringe” ("Felicidade conjugal"), o repúdio de um artista à adoração maníaca de uma fã ("Ídolo"), uma me-táfora medieval sobre a impossibilidade de comunicação entre indiví-duos e povos ("A ponte").

Retornar a um gênero não significa se repetir – e Paul o demonstra em "Rebeldia".

Características

ISBN 9786501134697
Número de páginas 200
Edición 1 (2024)
Formato A5 (148x210)
Acabado Tapa blanda (con solapas)
Coloración Blanco y negro
Tipo de papel Offset 90g
Idioma Portugués

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Habla con el autor

Paul Marcel

Baixei para viver mais uma vida no ano de 1973 em São Paulo. O mês foi março, o mesmo de Elis Regina e Billy Corgan. Como Cássia Eller gracejou em uma canção, estou convencido de que ter reencarnado no Brasil foi punição por travessuras de vidas passadas.

Dizer que sou um exemplo acabado do artista sofredor que nunca se sente à vontade na própria pele seria só meio exagero. Na adolescência, parecia-me que todos tinham um manual de instruções, menos eu. Eu o adquiri mais tarde, mas uma parte dele me desagrada e outra não compreendo.

Ainda me lembro de quando meu pai me levou para comprar meu primeiro livro. O volume de poesias para crianças que ele me deu, movido por um equívoco bem intencionado, eu não li, e sim os que ele comprou para si mesmo.

Para mim, nada no mundo natural é mais belo do que a mulher, nada do que o homem criou é mais belo do que a palavra, nada na vida é mais belo do que a busca de um sentido maior.

Sou um sonhador incurável, um inconformado crônico, um irrequieto de plantão. Choro vendo filmes edificantes, sou gentil quase a ponto de parecer um idiota manipulável e ainda acredito que duas criaturas humanas podem se amar loucamente até a morte.

Ao mesmo tempo, sou pragmático ao extremo, já aceitei a perdição do ser humano e contemplo a existência com um certo enfado.

Fiz faculdade tarde e logo percebi que nunca seria um jornalista na acepção mais nobre da palavra. Parafraseando Peter O’Toole, eu não queria dar notícia, eu que-ria ser notícia.

Escrever me dá um prazer acima de todos os outros, um arrebatamento que me tira de mim, do chão, do agora, e me aproxima do mundo mais sublime com que as religiões nos tentam. Todas as outras coisas relacionadas ao ofício são pequenos tormentos, aos quais me submeto com o encarniçamento de quem tem uma ideologia da qual já não consegue se livrar.

Nasci escritor, vivo como escritor e morrerei escritor. É uma benção e um fardo que eu me atrevo a compartilhar com meu semelhante.

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