A história do Nordeste, é a história de um povo de luta. A Revolução Pernambucana, Confederação do Equador, Revolução Praieira, Quilombo dos Palmares, Guerra dos Cabanos, Guerra de Canudos, Revolta dos Malês, Revolta Quebra-Quilos e, entre outros mais, os massacres de Caldeirão e de Pau de Colher.
Mas, é bom saber que a história que conhecemos hoje, foi ela escrita pelas classes dominantes, e parte dela teve os seus fatos destorcidos, outra parte, por bom tempo, permaneceu jogada sob tapetes.
Encontramo-nos em processo de restauração, com fatos resgatados pelo povo, através de gerações. Nisso o cordel tem dado a sua contribuição, como no caso dos nove cordéis que trazem à baila fatos pouco conhecidos.
Quando a história é contada
Por quem está no poder
Ela é toda deturpada
Pra poder satisfazer
Uma elite prepotente
Que pratica, livremente,
Seus crimes ao bel-prazer.
Esses escribas invertem
Todos papéis da história,
Como a própria escravidão
Que de excrescência notória,
É mostrada em um regime
Onde tem o escravo o crime
E o escravocrata a glória.
O escravocrata compra
Um homem-quão desagravo!
Tortura, mata ou explora
Sem lhe pagar um centavo,
Usa o tronco, usa o chicote,
Lhe maltrata até morte
Mas, o bandido é o escravo.
Nenhum historiador
Ante o crime transcorrido
Por estupro, surra, morte,
Prisão dum povo oprimido,
Teve a postura e chegou
A taxar o seu autor
De verdadeiro bandido.
Não só o historiador
Que vista grossa fazia,
Mas, também, juiz, políticos,
O padre da freguesia...
Até poeta e escritor
Que levavam o andor
Dessas santa oligarquia.
Daí fazem a história
Totalmente deturpada,
Escondem crimes de uns
Que são feitos na calada,
Depois levam, caprichosa,
Uma história mentirosa
Para que seja contada.
Número de páginas | 178 |
Edición | 1 (2021) |
Idioma | Portugués |
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