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Evelyn Keller

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Sobre el autor

Evelyn Keller é escritora, tradutora e professora universitária.

Relato Emocionante

No relato que levou Lázaro e boa parte da plateia às lágrimas, Diva contou que é neta de escrava e disse que foi levada a um colégio interno aos 5 anos de idade, onde ficou até os 9 anos. Foi lá que Diva passou por situações que deixaram cicatrizes como foi revelado por ela. O que viveu no internato fez com que amadurecesse aos 6 anos de idade. “Sou do Sul do Paraná, lá do interior. Sou uma brasileira que sobreviveu porque tive uma mãe que fez de tudo, passou por todas as humilhações, para que nós estudássemos”, disse.

Na história contada pela freira a diferença de cor entre brancos e negros se deveria ao fato da criação de um Rio por Deus - certa mitologia de origem- onde brancos e negros se banharam. Trabalhadores os brancos teriam se banhado na água limpa e por preguiça os negros só teriam chegado até a lama. Com essa história as freiras explicavam a diferença do tom de pele das pessoas e o motivo de os negros terem apenas as palmas das mãos e pés brancos. “Amadureci com seis anos de idade. Demorei a aceitar esse Deus.” Diva disse que repassou esses conhecimentos aos seus alunos em sala de aula. “Sou uma sobrevivente pela educação”, afirmou.

Durante o encontro com Conceição, as duas se identificaram também nas leituras que fizeram. Tanto Diva como Conceição leram e gostaram de O meu pé de laranja lima (1968), de José Mauro de Vasconcelos. “José Mauro começou a ser desprezado pela crítica quando caiu no gosto popular”, relembrou Conceição citando outras obras do autor, como o livro Barro Branco.

Diva mora sozinha em Curitiba, cidade onde atuou como professora por 40 anos. Atualmente aposentada, ela gosta de ir ao cinema e “quando pode pagar” gosta de assistir ao teatro. “Leio bastante. De tudo, do céu ao inferno”, pontuou. Em seu depoimento, ela chamou atenção para o glamour atribuído a Curitiba, “vista como cidade europeia”. Ela lembrou que, no entanto, a vida para quem é negro e mora da periferia da cidade é bem diferente. Diva relatou as situações de discriminação que vive: “Ignoro a maioria das vezes. Vou para onde eu quero. Quando chegou numa loja, sempre vem alguém que pergunta: a senhora quer que oriente em alguma coisa. Eles ficam andando atrás de mim, mas resolvi dar uma canseira neles. Ando, ando pela loja e depois vou embora.”
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