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JORNALISTA JOÃO CARLOS DE QUEIROZ

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Sobre el autor

João Carlos de Queiroz, jornalista profissional (Mtb 381.18-MT), é natural de Montes Claros-MG, pais também mineiros.
Tem 57 anos, e escreve desde os oito anos de idade.
Nunca publicou nenhum livro, apesar de farto material literário disponível, entre crônicas, contos (de teo regional) e textos com dados históricos (sobre sua cidade).
Já escreveu também vários textos sem a letra a, a exemplo desta crônica:

TEXTO SEM “A”

Time do Cruzeiro, em Belo Horizonte,
e o rio que enche de medo novos e velhos...

Ser mineiro é, no mínimo, ser torcedor fervoroso do Cruzeiro Esporte Clube. Sofredor, mesmo, segundo os seguidores desse grupo futebolístico, é um termo inexistente. O time é esguio em expor um futebol mestre, dote digno dos reis pomposos dos tempos de surgimento dos primeiros povos no mundo. Tempos em que Jesus se tornou mito religioso, prenúncio de um futuro perpétuo...

O time do Cruzeiro é mito vivo nesse segmento, pois possui embriões sólidos em rincões diversos do território de Juscelino, que, deve ser dito, é conhecido pelos tupiniquins por ser um núcleo de seres cultos, detentor de rico teor folclórico, com seres de outro mundo no tópico supersticioso, lobisomens e outros demônios...

Um dos torcedores do Cruzeiro é o inteligente e inquieto José, que reside pertinho do time querido. “Zé” se formou técnico no setor bovino, e ficou conhecido por ser ‘médico de boi’ no Instituto Mineiro que responde pelo mesmo segmento. No desempenho do seu dever foi inflexível, e multou os frigoríficos...

Eis que ele enfrentou, muito jovem, um imprevisto de cunho tenebroso, fúnebre: depois de longo duelo entre seu corpo esquelético e remédios doloridos, José venceu o sinistro e se encontrou feliz, de novo. Hoje, sereno, curte seus dois filhos em BH, livre do suplício impiedoso dos tumores. Embriões rompidos com fé em quem gerou Jesus Cristo. Zé ressuscitou em dobro depois disso, e se tornou ministro do Senhor, reconhecimento nobre pelo gesto generoso de Deus...

Por fim, logrou o benefício precoce do ciclo rotineiro de técnico bovino; cessou, por lei, o diuturno esforço físico e do próprio intelecto, concedido pelo governo.

José é um dos três filhos do roceiro Petronilho Queiroz, oriundo de Pires, e conhece de tudo um pouco sobre os bons tempos de Belo Horizonte e dos montes de brilho intenso, de onde procede. Foi Eny quem gerou o bebê, centro ininterrupto de mimos...

Hoje, o ex-repórter só teme os momentos em que chove forte em Belo Horizonte. Motivo de medo em muitos que residem perto dos muros do time do Cruzeiro. Porém, nem sempre foi desse jeito, diz Zé. Um projeto de engenheiro inexperiente é que eclodiu com esses fenômenos imprevisíveis em regiões do setor periférico do imenso município mineiro.

Um sem número de construções possui legítimos muros de ferro, espécie de protetor preventivo de enchentes fortes: “O povo se ilude muito”, diz Zé, porque esses muros podem ser rompidos de repente. “Se depender disso, ninguém tem o direito de dizer que o muro protege de jeito eficiente”. Zé é feliz, contudo, e sorri mesmo se o céu exibe um cinzento esquisito, com trovões sonoros, prenúncios de rio cheio próximo do seu doce domicílio...

*Esse texto semi-poético é um breve histórico de tudo de bom e ruim que sucede, ou pode suceder, em Belo Horizonte. Retrospecto de um homem que se encontrou feliz consigo mesmo, e quis dizer um pouco de si, de todos os sonhos que pretende construir, de um jeito ou de outro.

*João Carlos de Queiroz, jornalista Mtb 381.18-MT – irmão de José Antônio de Queiroz
Também é articulista contumaz, e costuma ser crítico diante de algumas situações que passa ao largo de muitos. O artigo abaixo, quase uma crônica, é outro exemplo:

Eles também merecem um Feliz Natal...

João Carlos de Queiroz

Conheço um sem número de crianças portadoras de necessidades especiais que não têm a mínima noção do que representa o Natal. Jesus Cristo? Um nome estranho para elas... Isso porque seus pais, que deveriam se esforçar para que elas fossem participantes das cerimônias natalinas, simplesmente preferem trancafiá-las num reduto de protecionismo exagerado. Com certeza, as grandes ceias e brindes comuns ao fechamento do ano não vão contar com a presença desses especiais humanos.

Na realidade, é outro fato, a maioria dos pais sequer percebe que age assim porque tem vergonha de seus filhos 'não normais', no conceito deles próprios. Tentam dissimular isso com iniciativas protecionistas destituídas de qualquer estrutura que imprima um reflexo afetivo familiar. É o caso de pais que 'assistem' seus filhos bem à distância, mantendo-os internados em unidades especializadas, quase hospitais disfarçados de centros de reabilitação e reintegração social dos ‘dependentes psíquicos’.

É realmente triste a situação que muitas crianças vivem no dia a dia da desesperança de convívio com seus pais, autistas e portadoras de síndrome de Dawn e outros casos. O caso do menino João Paulo, em Belo Horizonte, pode ser citado como um dos erros cometidos até involuntariamente pelos seus pais, na expectativa de alcance da cura. Detectado o autismo na criança, ainda em idade precoce, ela foi 'deportada' para "se tratar" numa casa especializada em São João Del Rey. Ali permaneceu durante anos e anos, até à maioridade. Quer dizer: podaram seu convívio com a família, aquietando a consciência com sua designação para esse cativeiro.

Tive a oportunidade de visitar João Paulo em São João Del Rey, e percebi ali um estado de horror caseiro, com crianças e adolescentes claramente infelizes. Um ambiente que assusta a quem se considera normal e procura que os especiais encontrem ali a normalidade que a família acha adequada ao convívio com todos.

Essa casa fechou recentemente, e a família, decidida a dar continuidade ao 'tratamento', transferiu João Paulo para Nova Lima, outra unidade similar, que também faliu. Para piorar, a concessão da bolsa ao autista foi cortada, e sem dinheiro para bancar outro lugar o único caminho foi retornar com João Paulo à sua casa, ao convívio da família.

O pai de João Paulo conta que os primeiros tempos foram de revolta por parte do filho. Chegou a temer que não se adaptasse novamente à família. "Parece que nos culpa por tê-lo deixado longe por tantos anos", disse. Era óbvio: João Paulo cuspia e agredia a todos. Hoje, as agressões foram substituídas por carinhos e uma docilidade espantosa, natural, sem medicamentos. Antes sem paciência, os pais descobriram que tudo que ele queria era estar ali com eles, feliz da vida.

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Enfim, aguado algum retorno positivo.
João Carlos de Queiroz
(sempre assino sem o "de")





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