Vamos falar sobre aborto? Sinto informar, mas você conhece uma mulher que já abortou. Estou afirmando. Mulheres morrem todos os dias em decorrência de abortos inseguros em países em desenvolvimento. Segundo o relatório do United, anualmente, acontecem até 3,2 milhões de abortos inseguros em países em desenvolvimento. Estima-se ainda que 70 mil adolescentes morrem a cada ano por complicações nas gestações ou parto. Um fator importante em uma gravidez indesejada na vida mulheres de baixa renda no Brasil são as condições sociais e a precariedade de vida como também a falta de informações. Jovens nascidas na periferia, sem acesso à saúde básica e a informação sobre riscos, acabam por tomar medidas que podem gerar consequências drásticas. O aborto é legalizado em grande parte dos países desenvolvidos. Em contraponto, é criminalizado em países subdesenvolvidos, como o Brasil. Debater sobre aborto, é falar também sobre patriarcado, racismo e desigualdade social, já que o perfil mais comum de mulheres que realizam abortos inseguros é de jovens de até 19 anos, negras e já com filhos. Mulheres negras morrem mais do que mulheres brancas em decorrência de procedimentos inseguros, em um índice que chega a ser 2,5 vezes maior em relação às mulheres brancas, segundo a mesma pesquisa.
A criminalização do aborto em si não é obstáculo para que os procedimentos sejam feitos. No entanto, a prática ilegal coloca em risco a saúde de milhares de mulheres todos os dias. São jovens que se submetem a procedimentos duvidosos e altamente perigosos, na clandestinidade, em busca de “soluções” , pois não há acesso a possibilidades seguras.
Número de páginas | 82 |
Edición | 1 (2020) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Colorido |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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