As duas órfãs

Obra muito curta para ser chamada de romance, poderíamos, de acordo com Massaud Moisés (História da literatura brasiliera, v.1) chamá-la de conto, e um conto extenso.

É um triângulo amoroso, mas não é aquele triângulo desenvolvido com a maestria de um José de Alencar (1829-1877) ou de um Machado de Assis (1839-1908), mas é de boa leitura, interessante, estimulante e pode, seguramente, figurar em uma relação para formação de leitores.

É história trágica, Isabel e Mariana (primas e órfãs) amam o mesmo homem Dinis Gonçalves, um bilhete falso (enviado por Isabel) faz com que Mariana cometa suicídio, Dinis, ao tomar conhecimento do fato assassina Isabel e comete suicídio.

Mesmo trágico e não sendo um romance, em virtude de sua extensão (cinco capítulos), é um conto que merece atenção, conto este, que tem como pano de fundo as Guerras de Holanda contra o Brasil e as personagens históricas João Maurício de Nassau, Felipe Camarão entre outras. Contribuição de Joaquim Norberto de Sousa Silva (1820-1891): historiador, literato, editor, homem de letras e, acima de tudo, brasileiro.