Faz muito tempo que iniciei essa história... o seu primeiro rascunho foi feito em 1997, em uma época em que eu vivia Histórias em Quadrinhos e isso era tudo que povoava a minha mente, a ponto de querer como profissão. Não era mais tão jovem, mas tinha imaturidade suficiente para almejar tal coisa – e investir muito tempo nisso!
Os primeiros rascunhos foram feitos como roteiro para HQ, da forma mais simplória que eu sabia fazer, enfatizando pequenas ações e diálogos, contando com minha memória para compor as situações e os cenários que me vinham à mente no momento da sua concepção. Asas Negras era para ser um mangá, um shoujo mangá, a HQ japonesa destinada ao público feminino infanto-juvenil. As primeiras trinta páginas chegaram a ser desenhadas e artefinalizadas, de fato. Mas apenas a metade do que compõe este livro foi realmente roteirizado àquela época.
O tempo passou, e passou muito! Mais de uma década se foi sem que eu completasse a pequena obra, porém, jamais me esquecendo dela. E foi no início de 2009, enquanto eu me recuperava de uma cirurgia, que resolvi desengavetar o então roteiro de mangá e testar a minha capacidade de contar uma história original, no sentido de ser toda de minha autoria, desde o enredo até os personagens. Até então, eu apenas escrevia fanfictions sobre os livros de Harry Potter, utilizando-me de um alterego masculino, que sempre, desde que ele surgiu em minha vida em 2004, eu creditei a uma consciência individual e muito diferente da minha: Snake Eyes.
O que foi apenas uma mera brincadeira de entretenimento, acabou ganhando contornos mais ambiciosos, pois chegou uma hora em que apenas postar capítulos na internet não era mais suficiente para o Ego. E queríamos mais: queríamos que AN se tornasse um livro de verdade, com direito a uma capa trabalhada e papel impresso!
Hoje, com esta obra completa, posso fazer a comparação com aquilo que seria seu primórdio e perceber de longe quanta diferença em relação ao roteiro original feito para quadrinhos! Como que para tudo há o seu tempo de vir e nascer, creio que isso se enquadra aqui neste exemplo, na história que poderá ler nas próximas páginas. Apesar de Asas Negras não ter saído como eu planejara um dia, ela, ao menos, se mostrou muito mais elaborada em relação à sua versão jurássica. De um roteiro tosco e muito infantil, com situações imaturas, para o que é agora: uma história uma pouco mais complexa e coerente.
Reconheço que AN não tem nada de revolucionário. Seu enredo sequer é de alguma grande criatividade. Histórias como essa têm-se às toneladas por aí, seja em Literatura, seja em Quadrinhos, seja em Cinema. Mas, apesar da falta de originalidade, é uma história agradável de acompanhar, desde que não se crie muitas expectativas e se busque genialismos ou uma narrativa cem por cento coerente e extremamente bem estruturada. Esqueça isso aqui, porque isso não tenho para te oferecer. Não tenho a mínima pretensão de me igualar aos grandes escritores e suas obras épicas. Ninguém aqui quer ser um esboço de Tolkien ou Marion Zimmer, embora eu ame as obras de ambos e tenha algumas influências delas. Também não pretendo criar um épico ou ter a ingênua arrogância de criar “uma das melhores obras brasileiras de Literatura Fantástica”. Apenas ofereço algumas horas de entretenimento sadio, em que se busca trazer nas linhas aqui escritas um pouco de bondade, amizade e amor. Quem sabe, até, consigam tornar suas viagens diárias, de idas e vindas de trabalho-escola-faculdade-casa, em horas mais rápidas e viagens menos tediosas? Pois é isso que eu mais gostaria, no fundo do coração: de que uma história contada por mim tenha em seus leitores o mesmo benefício que eu própria recebo de outros autores com suas obras: desligar por momentos da rotina diária, mecânica, tendo uma pausa para um pouco de Fantasia.
Asas Negras é uma obra que transita muito mais pelo mundo subjetivo dos personagens do que propriamente objetivo. As ações são poucas e os personagens enfrentam muito mais as consequências de suas escolhas e decisões do que batalhas contra vilões. Os sentimentos e pensamentos são muito mais focados do que as ações e atitudes. E os personagens vão crescendo e desenvolvendo através dos resultados de suas escolhas, sejam boas ou más. Tirando a Magia, é até algo bastante parecido com nossas vidas, não é?
Espero, imensamente, que aprecie a leitura.
E agradeço por estar aqui =)
Pat Kovacs
Rio de Janeiro, 01 de Julho de 2013.
Número de páginas | 438 |
Edición | 1 (2013) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Estucado Mate 90g |
Idioma | Portugués |
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