Mostra a experiência que a riqueza só reina onde impera a liberdade e a justiça, e não onde mora o cativeiro e a corrupção.
A escravidão no Brasil começou muito antes do primeiro assentamento português ser estabelecido em 1532, quando membros de uma tribo escravizavam membros capturados de outra.
Muitos anos atrás houve uma verdadeira batalha abolicionista que poderia ter sido um vão desejo a morrer nos âmbitos de um peito patriota, bem como sobre estrada deserta onde sucumbe uma criança abandonada. Contra a escravidão, palpitantes de sinceridade e filantropia, todos agruparam-se, impelidos pela convicção da justiça da causa emancipadora, e pelo sentimento do amor ao próximo, que foi o lema de sua bandeira.
Era já tempo de uma reparação condigna.
Ao seco estalo da vergasta do feitor cruel, que fecundava o solo do eito com o suor, e com o sangue dos escravos, sucedeu a voz simpática dos defensores dos negros, voz que se casou com a solenidade do banho lustral da emancipação e ofertou novos penhores a essa divindade, que o inspirado poeta dos escravos chamou “esposa do porvir, noiva do sol”.
Quando os americanos proclamaram a sua Independência, foi-lhes necessário invocar os princípios da moral e da justiça universal em seu favor. Em consequência, estabeleceram, como princípios fundamentais, que todos os homens nasciam livres, iguais, e com direito de resistirem à opressão. Mas logo que os escravos quiseram por em prática estes princípios em seu benefício, na qualidade de homens, seus senhores lhes responderam que esses princípios não lhes podiam ser aplicados, porque eles eram coisas, e não homens.
Os homens têm sempre duas doutrinas opostas: uma lhes serve para combater a opressão, que suportam, e a outra para justificarem a opressão, que exercem. Nada mais natural, nem mais comum. Forma-se a teoria, quando se sofre a opressão; mas quando se vence, estabelece-se a prática.
Número de páginas | 220 |
Edición | 2 (2020) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabado | Folleto |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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