A presente proposta tem, pois, como eixo estrutural a teatralização do Direito e a poetização da Filosofia, e, mais especificamente, a busca da "teatralidade", desenvolvendo-se uma metodologia que favoreça a busca do corpo poético, buscando-se experiências de natureza estética e dramática, permitindo assim a emergência esperada de novas abordagens e sentidos ao fenômeno humano, com ênfase na sua dimensão jurídica e política, como uma forma de resistência aos dispositivos do biopoder que fazem parte do projeto de homogeneização dos afetos, comportamentos e subjetividades.
Visa-se envolver diálogos e narrativas objetivando uma reconstrução poético-filosófica de ideias filosóficas e jurídicas constantes de textos clássicos em tais searas, permeados por interferências artísticas, à luz de experiências estético-corporais, a fim de se extrair novos significados. Por meio da descoberta de novas poéticas, novas interpretações e sensações, do verbal e do não-verbal, abrindo-se para as vivências e problemáticas do contemporâneo. Por meio de recortes temáticos a serem abordados visa-se captar e analisar os conflitos da natureza humana e do viver em sociedade, sob o enfoque de diferentes áreas do pensamento estimulando o pensamento crítico.
Objetiva-se investigar conceitos filosóficos e jurídicos, trazendo-as à tona em “ato diálogo-poético”, para assim tornar-se consciente de si e do outro, do corpo em que somos, adquirindo uma consciência nova, um sentido autônomo, que permita a um só tempo a reflexão filosófica, a experiência e a vivência estética de seus conteúdos por meio da palavra, imagem, som, fazendo viver ideias abstratas lançadas no papel.
Visa-se resgatar além do corpo de conhecimentos teóricos e, por isso, também verdadeiros, ser verdadeiros visceralmente, corporalmente, emocionalmente, mais que racionalmente – “surracionais”, para dizer com Gaston Bachelard, em alusão ao surrealismo.O estudo do jogo e da encenação, o play e interplay, dos conflitos todos, do bem contra o mal, de amor e ódio - daí, o despertar do corpo (como) poético, inaugurando- se o logos erótico. A carne sendo erotizada pelo logos, pela palavra. O sujeito passional é a base empírica do sujeito estético, e, pois, do sujeito artístico. A obra poética é sagrada na medida em que é a criação de um acontecimento tópico, comunicação sentida como a nudez. Ela é violação de si mesmo, desnudamento (Bataille).Do que se trata com a presente proposta interdisciplinar, é de postular-se por uma integração, simbiose, imbricação, irritação, entre os diversos sistemas e disciplinas, em especial, Direito, Filosofia e Artes, visando buscar novas comunicações, linguagens, devires, porvires.
Número de páginas | 0 |
Edición | 1 (2020) |
Idioma | Portugués |
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