A Casa de Salém

Evandre Mirantes herda a casa da irmã desaparecida, Edevane Borguenau. Não demora a perceber que algo inexplicavelmente fatal acontece ali. Até aqui, pareceria apenas mais uma história de terror. Mas alguns detalhes mudam tudo.

Neste livro, troquei a velha casa sombria por um sobrado moderno, envidraçado, no meio da cidade — à vista de todos, numa rua movimentada. Abandonei o clichê da vítima solitária: aqui, ela tem apoio. Polícia, imprensa, governo, vizinhos — todos estão atentos. E mesmo assim, algo escapa ao controle.

Não há romance, nem grupo de jovens sendo caçados até o fim. O mistério é o protagonista. E o terror, longe de se esconder nas sombras, se instala à luz do dia — diante dos olhos do mundo.

Escrevo para me divertir, refletir, ou apenas perguntar: e se fosse diferente? Desta vez, a inquietação foi: e se algo verdadeiramente sobrenatural acontecesse em pleno século XXI? Com youtubers, streamers, vídeos fakes gerados por IA e um mundo politicamente polarizado, viciado em narrativas? A verdade sobreviveria? Mesmo com tanta tecnologia e apoio institucional, as pessoas seriam salvas? Ou condenadas pela própria forma de existir?

Essa foi a pergunta que me guiou.

Espero que esta leitura provoque mais do que medo. Que traga desconforto. Reflexão. E que, no fim, algo dentro de você — mesmo que pequeno — permaneça inquieto.