"Eu sou o poeta alheio.
Sou eu o alheio que poeta a esmo.
Como o alheio também sou eu,
poeto eu para mim mesmo.
Poeto para o alheio enfim,
que poeta, afinal, para mim.
Sou eu o poeta alheio do lado de lá,
o poeta alheio sou eu do lado de cá."
"Meu pai e seu colega são iguais.
Ambos são cultos, altos e morenos.
Porém, na andança da vida,
sob o orvalho do pequi,
seu colega lê Shakespeare
e meu pai folheia gibi."
"O governo a cria,
ao povo ela judia.
O intelectual a repudia,
o tecnocrata a aprecia.
A nefasta burocracia
é a evidente biromania.
Ao pelego contagia,
o mentor a agencia.
O liberal cônscio a policia,
a estatal falida a comercia.
Há quem a jogue na cidadania,
há quem a ache na verborragia.
Para o povo
essa sequela é doentia,
para o governo
essa mazela é serventia."
Número de páginas | 88 |
Edición | 2 (2011) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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