“A sabedoria fala pelos absurdos de uma razão sem lógicas aparentes enquanto as lógicas explícitas se perdem nos discursos sem razão quando esta razão se limita diante de paradoxos...”
Eis algumas das palavras que introduzem a obra Diálogos. Com efeito, um diálogo pressupõe um antagonismo aparente tendo por fim uma harmonização em dada realidade vislumbrada por pontos de vista opostos. Em Diálogos, estes pontos de vista assumem a forma de personificações falantes, aonde personagens humanos dialogam, tal como nas Fábulas, com animais, com aparições, com luzes, com sombras, com a vida e mesmo com a morte. O conceito basilar de Diálogos está em um de seus contos mesmos, intitulado “O Silêncio e a Voz”, aonde o vazio impõem-se ao cheio, que o revida, mas nesta desaforada luta verbal ambos buscam e aspiram ao outro. O desenvolvimento deste conceito, entre oposições harmonizantes desagua-se no conceito de luz e sombra ou bem e mal, e podemos ver este conceito todo concentrado e explícito em “A estrela da manhã e a Estrela cadente” e “O gênio e o sábio”.
Esta luta incessante do bem e do mal, está simbolizada em uma imagem cristã aonde o Arcanjo Michael põem seu pé e impõem sua lança contra a cabeça encurvada do diabo, que luta e resiste aos pés do arcanjo, logo, se o pé de Michael relaxa um milímetro que seja, a cabeça de Satã emerge e faz romper o equilíbrio universal, perdido assim no caos.
Neste sentido as aspectações dos contos presentes em Diálogos se confrontam, se impõem, lutam pela vida, por um lado, e para a destruição, por outro. Em outros contos, as aspectações simplesmente necessitam harmonizar-se, e dialogam numa busca do saber.
O conhecimento existe para que seja assimilado naquele que busca conhecer, e esta relação consiste num diálogo da luz da consciência buscando sua expansão ante as sombras do desconhecido. E aqui entramos em mais um elemento dos contos em Diálogos: a transmissão da sabedoria por contos de aparência ingênua. O autor aqui se usa das imagens retiradas do que nos é conhecido, ou ao menos imaginado, para falar sobre coisas desconhecidas, como a vida após a morte, como a justiça dos céus em relação à dos homens, como a salvação das almas. Um exemplo de extratos de sabedoria encerrado nos contos está no conto “A rosa e os prédios” (sucedido por “A rosa e a cruz”) aonde está condensado a imagem da roseira que cresce em meio às deformações do mundo errante, uma parábola rosacruciana que fala da alma em busca da luz.
Como guia à leitura dos contos, por se constituírem de dois diálogos (em alguns, porém, por três), uma das aspectações possuirá seu diálogo em itálico, a outra em fonte comum, indicados no título do conto. Quando forem mais de duas aspectações, haverá as fontes coloridas, em vermelho, violeta, verde, azul, negro. Com efeito, as cores refletirão a natureza daqueles que estão falando.
Em suma, esta presente obra é composta por diversos contos poéticos em forma de um diálogo entre duas pessoas ou aspectações, inspirado no modo de escrita presente em algumas partes da obra de um autor caro à este que vos escreve e ao estilo das fábulas e contos da mitologia. Os diálogos tratam de temas singelos e espirituais, com a mensagem consoladora aos homens que vivem sobre a terra e suas dificuldades, transmitindo por estes alguns ensinamentos de meus anos de estudos na forma de contos; neles geralmente se notam os duelos entre luz e sombra, na revelação dos bens e males que permeiam a vida dos homens desde o início dos tempos.
ISBN | 9786599847226 |
Número de páginas | 122 |
Edición | 1 (2024) |
Formato | 16x23 (160x230) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Colorido |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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