O vendedor corre atrás do jornalista segurando uma camisa com o rosto de Lula estampado, pechinchando cada vez mais para vendê-la em plena rua sagrada, e é atendido pela insistência. Já Airton Ortiz não precisa de barganha alguma para que desfrutemos de suas crônicas. Em “Jerusalém”, não são só as peculiaridades da Cidade Sagrada que atraem o leitor para suas histórias, mas a própria maneira com que o autor retrata essas características marcantes – com um humor inteligente e sincero, que não se deslumbra com simbolismos religiosos, mas faz deles ponto de partida para conhecer Jerusalém e passar essa experiência a quem lê. Uma cidade dividida em três religiões que disputam há séculos o seu território e hoje dividem o mesmo espaço, mas não a mesma entidade espiritual, tem muito a oferecer. Uma região em que os conflitos nascem dos livros sagrados e suas promessas, para onde judeus, muçulmanos, cristãos e curiosos peregrinam em busca de paz e absolvição. Mas Ortiz não está atrás disso: ele quer apenas retratar essa cidade única através da sua História e, o mais importante, das pessoas comuns tão interessantes quanto as conhecidas personagens religiosas que lá habitam em seus monumentos suntuosos. Não é difícil se encantar por esse lugar rico em histórias e crenças, abalado por conflitos durante séculos, mas ainda de pé, firme e forte. Difícil é abrir “Jerusalém” e se contentar em ler um texto só.
Taize Odelli
| Número de páginas | 100 |
| Edición | 1 (2025) |
| Idioma | Portugués |
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