(A5, 121 PÁGINAS) - A consciência de que se ignora, diriam filósofos como Sócrates, é um estado biófilo, de plenitude do ser, justamente porque esse ser, na busca pela sabedoria; quanto mais na sua direção, descobre que ainda mais ignora.
O próprio Sócrates dizia, perante os seus discípulos, sua célebre máxima: “Sei apenas que nada sei”.
Ignorar, nesse sentido, está com o significado distante de qualquer essência e/ou caráter pejorativo e colocado como um estágio de sabedoria do ser em que o ser tem a humildade de saber que não sabe; de saber que ignora cada vez mais quando em direção ao caminho do saber.
Todavia, é preciso dizer: saber que se ignora, ignorar, não pode ser entendido como sendo o mesmo que “ignorância”.
Saber que se ignora é poder, a partir dessa constatação, vir a superar a condição ignorante de ignorante.
Ignorância é o que faz o indivíduo desconhecer algo ou um objeto de estudo qualquer e, ao mesmo tempo, desconhecer que desconhece o que se desconhece.
Ou seja, ignorância é:
1- Ignorar a si;
2- Ignorar o mundo a sua volta; e, ao mesmo tempo,
3- Ignorar que se ignora;
4- Ignorar que se está ou que se é ignorante.
Há, inclusive, nesse tipo de ignorância, muitas vezes, certezas absolutas a respeito daquilo que se acha que sabe.
A HISTÓRIA E O SENTIDO DESSE LIVRO
Esse livro, assim como tantos outros, nasceu a partir de um momento de náuseas, caos existencial, no qual todo ser pensante, mais cedo ou mais tarde, tende a passar, e onde todos os valores são postos em xeque, sendo passíveis de quebras, a marteladas, como nos diria Nietzsche. Depois das náuseas e do caos, só resta ao ser três possibilidades:
A) Voltar a ser ele mesmo;
B) Tornar-se patológico;
C) Ou transcender.
Na primeira, o ser não evolui: quer ser ele mesmo, o mesmo eu sempre;
Na segunda, o ser perde a lógica da razão e aprisiona-se patologicamente no seu próprio mundo;
Na terceira, o ser pode transcender, isto é, passar a criar e dar sentido para a sua existência, para a realidade em que vive, transformando-a ao transformar-se, ou seja, renovando-se pela renovação do seu próprio entendimento. Optei pela terceira e, assim, nasceu essa, como tantas outras obras. “Poesofias”, portanto, são OBRAS cujas essências são temáticas de cunho filosófico, com fundamentação em epistemologias de pensadores independentes, como em diferentes escolas filosóficas. Todavia, traz em si o olhar, o ato de filosofar original do autor, a partir das seguintes premissas:
1) Na sociedade capitalista em que se vive, como diria Sartre, “tudo é aparência e engano”.
2) Os valores do capital, nos quais ressaltamos o Consumismo, o Individualismo, a Meritocracia e a Mercantilização de todas as coisas, sejam elas materiais ou imateriais, têm sido estabelecidas como uma espécie de corolário Capitalista de Estado. Ou seja, sistematizados como conteúdo ético de toda a sociedade, principalmente através das instituições educativas, nas quais destacamos direta e sistematicamente a Escola. Nesse sentido, acreditamos que “cidadão” é aquele que, além de possuir os direitos de cidadania, é também aquele que participa ativamente dos rumos da pólis. Sendo assim, esta obra tem a finalidade de possibilitar aos diferentes grupos sociais o desenvolvimento dos caminhos para a tomada de consciência sobre temáticas óbvias do cotidiano, mas, que, ao mesmo tempo, são complexas e paradoxais, despercebidas a olho nu.
Possibilitar o “estranhamento” do óbvio, o desvelamento do comum, a partir de um olhar filosófico, eis a finalidade desta obra.
Esperamos que ela possa contribuir à formação de uma geração menos alienada e descomprometida com as questões sociopolíticas, humanistas, humanitárias, e, portanto, mais consciente, mais humanizada e/ou mais emancipada intelectualmente, transformadora de si e da realidade do mundo desumanizador em que se vive.
ISBN | 978-1479389933 |
Número de páginas | 121 |
Edición | 1 (2012) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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