ROSA CRUZ E A MÁFIA

Escrever sempre foi, para mim, mais do que uma escolha — foi uma necessidade. Desde 2017, quando comecei a rabiscar as primeiras ideias em cadernos amassados e telas de celular, percebi que não estava apenas criando histórias: eu estava tentando me entender. Era como se, a cada personagem, eu encontrasse um pedaço de mim que eu ainda não conhecia.

Nasci em Lençóis Paulista, uma pequena cidade do interior conhecida como a cidade do livro — ironia ou destino, talvez os dois. Cresci cercada por silêncios, devaneios e uma imaginação que nunca me deu sossego. Sou aquariana, sonhadora e um pouco contraditória: romântica e bruta, delicada e intensa, doce e tempestuosa.

Vivo entre extremos. Carrego comigo o TDAH, a ansiedade e as marcas de uma depressão que, por muito tempo, tentou me calar. Mas foi justamente a escrita que me salvou. Ela me deu voz quando eu só tinha pensamentos. Me deu força quando eu só tinha medo. E, acima de tudo, me deu um propósito.

Amo romances — aqueles que te rasgam e te curam na mesma página. Sempre fui fascinada por emoções reais, por amores imperfeitos e personagens que sangram de verdade. Na minha escrita, busco isso: a verdade crua das emoções. Gosto do som do coração batendo no meio da confusão, da poesia escondida no caos.

Aprendi, com o tempo, que escrever é uma forma de sobreviver. Cada história que crio é um espelho: um reflexo das minhas dores, das minhas quedas e da minha vontade de continuar, mesmo quando tudo parece desabar.

Hoje, escrevo porque preciso, porque amo e porque é o único jeito que encontrei de dar sentido ao que sinto. A escrita me libertou — e continua me libertando, palavra por palavra.