Este livro visa estabelecer uma crítica filosófica as teorias e práticas da psiquiatria clássica ou tradicional. Mas não se trata aqui de fundamentar uma crítica comum, como a crítica de “que a psiquiatria aplica conceitos e instrumentos médicos de modo inapropriado à mente e à sociedade; que ela frequentemente trata pacientes contra a vontade; que ela inapropriadamente exclui outras abordagens à doença e ao sofrimento mental; que sua integridade médica e ética é comprometida por ligações com a indústria farmacêutica e com companhias de seguro; que ela usa um sistema de diagnóstico categorial (por exemplo, Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais) que se acusa de estigmatizar pacientes e de ser mal-fundamentado científica e clinicamente; e que o sistema psiquiátrico é vivido por muitos de seus pacientes como humilhante e controlador”. (Wikipédia), mas sim no centro gravitacional da psiquiatria: a epistemologia. Não nos fixaremos, portanto, nas críticas já estabelecidas por Michel Foucault, Erving Goffman, Gilles Deleuze, Félix Guattari, que em geral criticaram o poder e o papel da psiquiatria na sociedade, incluindo a utilização de "instituições totais", e estigmas. A tese de Foucault de que os conceitos de sanidade e loucura são construções sociais que não refletem padrões quantificáveis de comportamento humano e que antes são apenas indicativos do poder dos "saudáveis" sobre o "demente" é, ao nosso entender, absolutamente absurda e sem qualquer respaldo psicológico ou psicanalítico, mas tão somente uma visão social exacerbada sobre o fenômeno psíquico da loucura. Quanto à Gilles Deleuze e Félix Guattari, não precisamos nem comentar, pois a obra O Ati-Édipo e toda a esquizoanálise não passam de um extenso delírio esquizofrênico-marxista onde os autores propõem de forma subtendida que a etiologia das psicoses (em especial da esquizofrenia) é o capitalismo, como se as psicoses não existissem desde o homem primitivo e antes mesmo do estabelecimento do capitalismo. Esta tese soa aos ouvidos de qualquer pessoa de bom senso como pueril, ridícula e absolutamente patética. Sinceramente, eu não sei como Gilles Deleuze e Félix Guattari conseguiram a honra de serem chamados filósofos e suas obras terem feito algum sucesso dentro do ambiente acadêmico brasileiro; talvez isto não seja tão espantoso pelo fato de que a Academia Brasileira de Filosofia aceita qualquer rabisco francês, principalmente se esse rabisco for de índole esquerdista e de origem marxista. Quanto à Erving Goffman, este, assim como Foucault, foi de fato um grande Filósofo, mas não seguiremos o mesmo caminho que estes autores seguiram para formular suas críticas à psiquiatria, pois a Antipsiquiatria já está cansada de todo esse blá blá blá filosófico e a psiquiatria exaurida deste termo pejorativo, exigindo agora, um novo nome Metapsiquiatria e não uma crítica social, mas sim uma crítica que vai ao cerne do poder psiquiátrico através da indagação epistemológica: a psiquiatria é uma ciência ou uma pseudociência? Se a psiquiatria não é uma ciência então é uma pseudociência? O que é a psiquiatria afinal? Na metapsiquiatria não existe a pretensão à cientificidade de seus postulados; a metapsiquiatria considera-se uma Insciência e não uma Ciência, sendo essa pretensão psiquiátrica à cientificidade enxergada pela metapsiquiatria como pseudocientífica, ingênua, arrogante, dogmática, fanática e sem qualquer base epistemológica crítica. A diferença entre a pseudociência sustentada pela psiquiatria e a insciência sustentada pelo metapsiquiatria é que a pseudociência psiquiátrica julga a si mesma como uma ciência (isto é, pretende ser uma ciência mesmo não sendo), enquanto que a insciência metapsiquiátrica julga a si mesma como uma não-ciência (isto é, reconhece ser apenas uma filosofia); ou seja, a diferença entre a pseudociência e a insciência é que a primeira, por sua presunção, pretende ser uma ciência mesmo não resultando da aplicação do método científico válido, enquanto a segunda, por sua humildade, reconhece não ser uma ciência, resultando em um sistema de pensamento de origem filosófica, divina e inspirada, e por isso não é considerado uma pseudociência, já que não reivindica para si o status de ciência como o faz a psiquiatria.
Número de páginas | 87 |
Edición | 1 (2016) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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