PREFÁCIO
O Bhagavad Gita e a Era do Épicos
Ao passo que a era védica chegava a um fim no meio do primeiro milênio a.C., uma nova civilização tomava forma na Índia, e junto com ela uma nova escritura hindu. Os Vedas não eram acessíveis a todos. Seu grande volume e complexidade, bem como linguagem ancestral e simbólica, e aspectos técnicos ritualistas, fizeram com que o estudo dos Vedas se tornasse objeto de longos anos. Os sábios que mantinham essa tradição sentiam que um ‘novo Veda’ era necessário, que contivesse, de forma disponível a todos, tudo aquilo que era necessário para a vida humana. De histórias e lendas, das devoções dos povos e de revelações védicas, dois grandes épicos foram criados: o Mahabharata e o Ramayana. Ambos são construídos ao redor das vidas dos grandes heróis e santos e da guerra entre o bem e o mal. O Ramayana conta os feitos do príncipe Rama de Ayodhya, que para a fé hindu é um dos Avatares humanos, a ‘vinda’ ou encarnação de Deus. O Mahabharata tem em seu cerne a história de cinco irmãos de família real, os Pandavas, e sua rivalidade com seus primos pelo trono do reino. Eles são auxiliados em seus desafios por Krishna, também um herói e rei, e outro dos Avatares humanos. Ambos os épicos oferecem uma visão do dharma, a conduta correta da vida humana, juntamente com ensinamentos e exemplos abundantes de como essa visão pode ser manifestada através da ação
correta. O Mahabharata contém o Bhagavad Gita, ‘A Canção do Senhor’,
que são os ensinamentos de Krishna a seu amigo íntimo e discípulo Arjuna, quando a batalha que é o clímax do épico está prestes a começar. Essa é a mais conhecida das escrituras hindus, e, como Sri Chinmoy diz, “a propriedade comum de toda a humanidade.” Incontáveis buscadores encontraram no Gita não apenas inspiração e consolo, mas também lucidamente enxergaram princípios espirituais que podiam aplicar em cada situação interior e exterior. A vida é certamente uma batalha tal como a que Arjuna se deparou, e Krishna certamente ensina como essa batalha pode ser encarada, lutada e vencida. O comentário de Sri Chinmoy explica como e por quê. O ensinamento do Bhagavad Gita é amor, devoção, entrega e o yoga dinâmico da ação, que somente é possível quando vivemos no amor. Ele é, em essência, o próprio ensinamento de Sri Chinmoy também – ancestral, moderno e eterno.
Apenas Sri Chinmoy podia ter escrito este livro. Em sua própria realização interior alcançada, ele é capaz de adentrar esses tesouros ancestrais indianos de espiritualidade, assim como as necessidades e aspirações dos buscadores de hoje. Ele providencia às nossas vidas a comunicação de verdades primeiramente ensinadas milhares de anos atrás, para que possam ser compreendidas, valorizadas e utilizadas. Ele é atual e poderoso em sua expressão, e também lírico e repleto de alma como apenas um Mestre espiritual poeta pode ser. Mesmo em meio à sua maior sutileza espiritual ou misticismo sublime, ele nunca perde sua compassiva conexão com os assuntos humanos eminentes do leitor. Basta ler uma frase ou duas para reconhecer uma voz inconfundível. Basta ler uma página ou duas para encontrar não apenas um grande professor, mas também um verdadeiro amigo.
DR.KUSUMITA P. PEDERSEN, PHD
Chefe do Departamento de Religião da Faculdade St. Francis
Jamaica, New York 1996
Número de páginas | 98 |
Edición | 1 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Estucado Mate 90g |
Idioma | Portugués |
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