
O universo foi reiniciado, mas os fragmentos do que não chegou a existir ainda sangram nas
bordas do real.
Ayra caminha por um mundo onde tudo é novo, mas nada é inocente. As linhas da existência
ainda estão sendo traçadas, e os vestígios de escolhas jamais feitas — possibilidades
abortadas, futuros não vividos — começam a se manifestar. Esses ecos latentes, chamados
Inomináveis, não têm corpo, apenas intenção. Eles não querem dominar. Querem ser
lembrados.
Enquanto a Última Linguagem se recalibra com o pulsar desse novo mundo, Ayra descobre
um fenômeno assustador: o nascimento do Coração das Coisas que Não Foram — um
núcleo de consciência formado por todas as realidades que quase existiram, que grita para ser
real.
Ao seu redor, o tecido da nova realidade começa a se contorcer. Pessoas desaparecem sem
nunca terem existido. Lugares surgem com histórias que ninguém escreveu. E em seus
sonhos, uma criança sem rosto repete a mesma frase:
"Se você me esquecer, eu morro. Mas eu nunca vivi."
No sexto fragmento da névoa, Ayra não enfrenta mais o fim ou o reinício.
Ela enfrenta a angústia do quase.
E talvez, pela primeira vez, o universo chore por tudo que não teve coragem de ser.
Número de páginas | 100 |
Edición | 1 (2025) |
Idioma | Portugués |
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