O Ranger do Tempo

Crônicas

Por Alexandre Viana Rocha

Código del libro: 236763

Categorías

Drama, Literatura Nacional, Poesía

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Sinopsis

O Ranger do Tempo reúne as primeiras crônicas do escritor mineiro Alexandre Viana Rocha, algumas escritas ainda na adolescência. A linguagem apresentada é simples, poética e, sobretudo, nostálgica. As crônicas, de um sutil teor metafísico, compõem reflexões sobre a infância, a adolescência, a amizade e a velhice. A obra também traz críticas à vida contemporânea e aos hábitos modernos da nossa sociedade, que tanto corroem a sensibilidade dos homens para as coisas mais simples do cotidiano. Organizado pelo próprio autor, o livro contém 29 crônicas que constituem uma breve e bela introdução da vida.

Aprecie esta grande obra. Divirta-se e reflita com o autor. Boa leitura!

Características

Número de páginas 82
Edición 1 (2017)
Formato A5 (148x210)
Acabado Folleto
Tipo de papel Offset 80g
Idioma Portugués

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Habla con el autor

Alexandre Viana Rocha

Nasci em Águas Formosas, MG, nordeste de Minas, mas nasci como se lá não tivesse nascido, considero-me, portanto, um águas-formosense natimorto, visto que nenhuma de minhas raízes aprofundou-se no solo triste e miserável da cidade, naquele tempo. Minhas raízes não se encravaram, não consumiram terra alguma; e logo se anteciparam ao tempo, previram dores maiores, misérias mais vastas, desnutrição da honra. Minhas raízes rejeitaram aquilo e, assim, salvaram o meu nascimento. De lá, são vagas as lembranças, e quando assomavam à minha memória fatigada e repulsiva, estão carregadas de tristezas, impregnadas de misérias, de angústias e desonras. Lá, não resistiam os sonhos de menino, e nem ousei os ter; eles morriam precocemente, sob o ronco medonho de um estômago faminto. Os risos foram breves, risos de alegrias frágeis. O que de mim lá restara é minha tristeza, mais nada. Então nos salvamos, salvamo-nos num belo dia, quente e seco, saímos rotos, indignados, tristes e, ao mesmo tempo, felizes — ou talvez apenas resignados. Levantamo-nos impetuosamente, como em fuga da morte, da morte mais desonrosa que pode haver a um homem — a fome. Depois de vivermos ainda um tanto mais de amarguras na capital paulista, fomos recomeçar a história em Lorena, no interior do estado de São Paulo. Em Lorena, também não gozamos de abundâncias; tivemos lá uma vida igualmente modesta, sem excessos. Alcançávamos o suficiente para viver. Era uma vida humilde, porém dentro da dignidade que cabe a todo homem probo. Desta sorte, só no solo dessa cidade, enfim, é que minhas raízes brotariam de fato, espalhar-se-iam, aprofundar-se-iam, e engrossariam, cresceriam, romperiam a terra. Então lá eu brotei aos dez anos de idade, brotei para sempre, para nunca esquecer. É de lá que irrompem minhas maiores alegrias. Lá, meus hinos ainda tocam pelo silêncio das tardes, naquela rua empoeirada. Lá, estão meus acalantos, todos. É de lá que vêm esses perfumes suaves de um passado feliz, que, de repente, surgem em minhas ventas, vindo de não sei onde, como uma façanha da mágica. Lá, colhi grandes amigos, mastiguei as páginas da bela e imaculada infância, essa pequena e breve introdução do paraíso. Lá me encontrei e me biografei antes do tempo. Adotei Lorena como cidade natal, e ela me adotara com todo gosto. A felicidade chegava tão simples, na porta de casa: eu — um menino — descalço, sujo, sem vaidades, uma felicidade santa, felicidade que vinha de dentro e explodia fora, para se espalhar sobre todos aqueles peraltas que ainda compõem minha história. Tudo que sou e que hoje me constitui lá brotara: o amor à palavra, à leitura, à poesia que vive brilhando nos olhos. De lá, dentro de minha solidão quieta e implícita, revesti-me de toda sensibilidade profícua, esta mesmo que tétrica, é daquela cidade comum que advêm toda minha inquietação criativa. Águas Formosas, tão pouco sóis lá contemplei, que, naturalmente, até esqueço que sou mineiro. Vivendo de modo errante há quinze anos no estado de São Paulo, considero-me e sinto-me mais paulista que mineiro. Escrevo desde menino, mas, verdadeiramente, sem nenhuma pretensão à glória, nada maior que a pretensão tão-somente de distrair-me com o poder breve que a escrita me concede. Escrever é um folguedo; uma brincadeira bem agradável, silenciosa às vezes e assaz profícua aos solitários. Talvez seja ela, a literatura, a mais eficaz maneira que encontrei, no decorrer de dias ociosos e taciturnos, para me libertar e ter o domínio sobre mim mesmo. O ato de escrever, assim como todas as formas de criação artística, é, sem dúvida, nossa imortalidade. Desse modo deveria eu pensar sempre. Entretanto, sinceramente, eu sou um tanto que pessimista com tudo que me rodeia, tanto é assim que, ainda hoje, não creio que o que escrevo tenha algum valor literário; o tempo responderá por mim. Se um dia ao menos essas palavras humildes forem memoradas por um só leitor, que seja, ainda que este seja ledor distraído e indolente, direi que valeu a pena escrevê-las e que aquelas noites insones não foram gastas em vão.

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1 comentarios
ArteSam
viernes | 07.07.2017 às 20h07
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