O homem caminhava pela estrada poeirenta, o sol queimava sua cabeça, a pele do rosto ardia, assim como a garganta, que além de seca pela falta de água, estava irritada pela poeira que subia ao arrastar os pés, seus sapatos estavam quase furados, o que o fazia gritar quando pisava em um cascalho maior, ele estava atento, qualquer poeira levantada, indicando a aproximação de um veículo, ele se escondia dentro do mato, o medo era tanto, que o fazia urinar na calça de brim, que já estava toda manchada, se fosse pego, ele tinha certeza que seria morto lentamente, se ainda estava vivo, é porque não tinham certeza de sua identidade, hora ruim aquela que resolveu assaltar a casa do homem, ele tinha certeza absoluta que o carro blindado o estava levando, o motivo porque tinha voltado ele ignorava, mas fora surpreendido com a mão na massa, o braço onde o tiro pegara de raspão, doía sem parar, sorte sua que o sangue coagulara rapidamente, adentrou-se mais um pouco pelo mato, (pelo menos tinha sombra)ao longe uma cabana soltava fumaça pelo chaminé, ele precisava urgentemente de comida e água, seu corpo não resistiria por muito tempo mais, verificou o pente da 7,65, a colocou no cós da calça, e desceu a ladeira que o separava da casa! Logo abaixo de onde ele estava, corria um filete de água, deixou o corpo deslizar pelo barranco e chafurdou na água barrenta, sentiu um forte alívio quando a água penetrou pelo calçado e umedeceu seus pés feridos pela longa caminhada, agachou, pegou a água lamacenta com as mãos, deixou que escorresse pela cabeça e umedecesse os lábios ressequidos, fora uma tremenda falta de sorte o homem aparecer, não conseguira quase nada e ainda fora obrigado a fugir, deixando a moto roubada para trás, apalpou o bolso do paletó, sentindo o volume dos CDs que roubara, precisava de um computador, para verificar o conteúdo, poderia conter alguma coisa que valesse à pena, subiu o barranco, escondeu atrás do tronco de uma árvore, e ficou ouvindo; silêncio... a cabana não poderia estar vazia, a fumaça saia pela chaminé, esperou mais um pouco e foi recompensado, o homem começou a cantar “La traviatta com uma voz rouca e desafinada,pelo timbre imaginou que seria um velho. Foi se deslocando lentamente, se protegendo atrás de árvores e moitas, até chegar ao lado da janela, foi virando o rosto lentamente, pretendendo verificar o cômodo da casa onde o homem estava:
-Vamos entrar moço, quero ouvir suas explicações!
Virou o corpo de supetão, e viu o cano da doze apontado para seu peito:
-Não puxe o gatilho vovô, senão vou virar farelo!
-É o que você merece, seu filho da puta! Entre devagar, com as mãos para o alto, a pistola fica comigo!
Número de páginas | 65 |
Edición | 1 (2022) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa dura |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Portugués |
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