A verdadeira medicina é um encontro de pessoas. O ponto principal é a relação médico-paciente. Só com a conversa, um bom médico já tem 90% de chances de ter uma hipótese correta de diagnóstico. E os exames são apenas para confirmar ou não a hipótese e para quantificar o problema — ver quanto está a glicose, se você é diabético, por exemplo. Mas os médicos perderam o contato com os pacientes. A pessoa chega ao consultório, e o especialista, em vez de examinar, fica no computador e prescreve exames e remédios. E quando não prescreve, o paciente cobra: “Doutor, não vai pedir nenhum exame?”
Os aparelhos passaram de coadjuvantes a protagonistas. Uma boa consulta deve começar com o médico se relacionando com o paciente: “De onde você é?” E outras perguntas pessoais. Só depois vai para a queixa principal: “O que o traz aqui?” Em seguida, a história da doença atual: “Como começou?” Daí vêm as doenças que ele já teve e, por fim, o histórico familiar e social: onde mora, trabalho, hábitos. Quantas vezes a conversa não é terapêutica? Ela pode até curar. Um dia comentei com meu pai que metade dos meus atendimentos era de pessoas sem doença física. Ele disse: “Só metade? Você deve estar adoecendo alguns.”
Portanto, para ressuscitarmos a medicina agonizante, temos que entender que o centro dessa atividade é o benefício do paciente e a sua relação pessoal com seu médico. E que a saúde pública seja reconstruída de modo que a saúde suplementar seja uma opção, e não uma necessidade.
ISBN | 9786558729389 |
Número de páginas | 482 |
Edición | 1 (2024) |
Formato | 16x23 (160x230) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Portugués |
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