Ano de 1965.
A cidade de Maurilândia é cercada por diversas pequenas propriedades rurais. Nelas se pratica a agropecuária de sobrevivência, sendo o pouco que resta convertido em dinheiro, para suprir outras necessidades secundárias. Uma vez por mês, para manter a proximidade de seus habitantes, num recinto contíguo ao prédio da prefeitura, realiza-se um baile com música ao vivo. Nesse evento, os moradores, além de conversarem muito sobre preços dos produtos locais, aproveitam para saber das novidades, beber e dançar. Como grande parte do dia é dedicado ao árduo trabalho no campo, torna-se também a oportunidade rara para o jovens flertarem e, na maioria das vezes, conhecerem e escolherem mutuamente seus futuros cônjuges. Foi numa dessas ocasiões que Anastácia e Sebastião, cujos pais eram velhos conhecidos, estrearam nos caminhos da paixão e da atração carnal, sob o rígido olhar dos pais dela, já que, naquela época, mãe solteira tinha três destinos: casamento, viuvez ou convento.
A vida naquele tempo era muito, por não existirem vários itens proporcionadores de comodidade e bem-estar, tais como acesso ao crédito, farta oferta de água potável, energia elétrica, telecomunicações, escola, saúde pública, saneamento básico adequado, lazer e outros. Lares com TV eram uma raridade. Muito comum moradias com poços de água - cavados por pessoas comuns, sem qualquer formação específica -, banheiros externos, com fossas sépticas, áreas rurais sem energia elétrica, escola, posto de saúde e fogão a lenha.
Sob o consentimento dos pais e vigilância cerrada da mãe dela, Anastácia e Sebastião, atraídos pela força natural que preserva as espécies, iniciaram o namoro - que sequer concedia um afago de mãos, imagine-se então um beijo - de finais de semana, já que, durante a semana, todos labutavam na roça. Todavia, como tudo o que é proibido parece ser melhor, ambos se aproveitavam da tarefa de juntar lenha, para fogão e aquecimento dos dias frígidos, tendo bananeiras e laranjeiras como escudo, para ensaiar carícias furtivas, sem no entanto chegarem à consumação do ato. Havia também inabituais encontros no único rio que banhava as cercanias da dessa cidade.
Não obstante as negativas e protestos de Sebastião, sob ameaças de agressões e morte, por parte do pai e irmãos dela, e insistentes juras de que aquilo não fora fruto de conjunção carnal com outro homem, ele se viu, por questões sociais, morais e mortais, compelido a desposar Anastácia. Algum tempo depois do casamento, nasceram-lhe as gêmeas Marcela e Manoela.
Sem explicação plausível, concomitantemente ao crescimento delas, a fortuna de seus pais também aumentava assustadoramente. Também, simultaneamente a isso, outros episódios estranhos e macabros começaram a acontecer naquela cidadezinha e nas circunvizinhanças, vitimando parentes e pessoas mais chegadas às gêmeas, resultado em aumento patrimonial dos pais da gêmeas.
Seria o enriquecimento de seus pais e aqueles eventos trágicos meras coincidências, ou frutos de alguma força sobre-humana?
Qual seria a intensidade do envolvimento de Marcela e Manoela nessas ocorrências?
Seriam capazes essas duas criaturas de rosto angelical e comportamento aparentemente delicado protagonizar, direta ou indiretamente, atos bizarros como aqueles?
Todas essas e outras indagações serão dirimidas no transcorrer desta inusitada história.
Número de páginas | 166 |
Edición | 1 (2016) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Folleto |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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