Nas páginas de Breves Delírios, o leitor é convidado a percorrer os desvios sutis da realidade cotidiana, onde pequenos acontecimentos ganham peso de epifania e o trivial se revela extraordinário. Cada conto é um espelho ligeiramente distorcido, no qual a vida comum reflete nuances inesperadas, como se a lucidez da rotina cedesse espaço a lampejos de sonho, dúvida ou insanidade sensata. São delírios breves, mas intensos — daqueles que cabem em um instante, mas ecoam por dias.
Atento aos detalhes que escapam ao olhar apressado, exploro com lirismo e ironia o absurdo escondido nos gestos simples, nos encontros fortuitos e nas encruzilhadas morais que marcam a existência humana. As histórias, embora independentes, são unidas pelo fio da reflexão — sobre o tempo, a memória, o medo, o amor e o inevitável confronto com o inesperado. Não há lições ou verdades absolutas: há perguntas que se insinuam, silêncios que provocam, e uma empatia profunda pela condição humana.
Com linguagem ágil e sensível, transformo as curvas do cotidiano em cenário de pequenas revoluções internas. Breves Delírios é um livro para ser lido com o coração aberto e os pés fincados na realidade — ou não. Pois ao atravessar suas páginas, talvez o leitor descubra que o que chamamos de realidade é, muitas vezes, apenas o delírio mais persistente de todos. E que há beleza, profundidade e até liberdade em se perder — mesmo que por um breve instante — nesses delírios tão humanos.
Carlos A. Coelho
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