
E havia vozes. Mesmo os carcereiros mais endurecidos recusavam-se a fazer guarda diante da cela por mais de uma hora. Relatavam sussurros em Nahuriano e outras línguas, vozes que vinham não da boca de Houen, mas do ar em si, como se as próprias pedras estivessem orando.
Um homem afirmou ter visto uma mão translúcida sair da parede e acariciar os cabelos de Houen enquanto ele dormia, e outro fugiu da fortaleza após dizer que, ao olhar pela janelinha da cela, teve sua mente invadida por imagens de torres vivas caminhando e luas engolindo a terra e os mares.
Mesmo os grandes senhores de Fastenessus, endurecidos por décadas de guerra e vigília, não ousavam ordenar sua execução. Ninguém queria tocar seu corpo, temendo que algo adormecido nele despertasse, algo que escutava além do mundo, algo que respondia aos deuses errantes que vieram das estrelas.
Número de páginas | 436 |
Edición | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Portugués |
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