Não pode haver poesia onde há escravidão, violência e assassinatos. Não há poesia onde uns poucos homens ricos e violentos se apossam da natureza, da terra, das margens dos rios, das praias, dos meios de produção no campo e excluem a maioria da população do usufruto das belezas naturais e da possibilidade do acesso à terra e de exercer seu ancestral e costumeiro trabalho agrícola, colocados em guetos urbanos na miséria e na violência.
Entretanto, mesmo assim, vamos cantar:
O Brasil, que apesar de ter tantos motivos para se afundar na tristeza, continua a sambar, rebolar e a festejar o carnaval.
O Brasil, que resiste à violência de sua elite.
O povo brasileiro mais singelo que “acha que deve alegrar o ambiente”, e por isso são barulhentos e passam vexames sem perceber, mundo afora. Temos de perdoar os brasileiros, eles ainda insistem em acreditar que tudo pode ser felicidade!
O Brasil, onde surgiram e surgem pessoas excepcionais, lutadoras, iluminadas, faróis, como Ana de Souza Pinto (Aninha da CPT); Zé Porfírio de Trombas, Margarida Alves da Paraíba e outros líderes dos trabalhadores do campo assassinados; grandes políticos como Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola; grandes utópicos e sonhadores que passaram a vida sendo odiados e perseguidos, como Carlos Lamarca, Luiz Carlos Prestes, João Amazonas, Gregório Bezerra; grandes intelectuais como Caio Prado Jr; vozes incansáveis que clamam por Justiça no presente como Breno Altman. Tantos. Essas são citações aleatórias, uma pequena amostra apenas. Este país já teve e tem grandes e admiráveis homens e mulheres.
É por esse Brasil e essas pessoas que nós vamos cantar.
É a esse povo brasileiro simples, alegre, embora sofredor, tão fácil de enganar, que esse livro quer prestar uma homenagem.
ISBN | 9786501058801 |
Número de páginas | 216 |
Edición | 1 (2024) |
Formato | 16x23 (160x230) |
Acabado | Espiral |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Ahuesado 80g |
Idioma | Portugués |
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