Relembranças...
Um pouco do que ouvi, vi e vivi às margens do Rio Doce.
O ser humano é parte integrante do ecossistema do qual depende toda sua existência. Porém, equivocadamente, sendo quem mais depende da biodiversidade do Planeta, é justamente o homem quem mais a agride.
Esta agressão, muitas vezes, chega ao absurdo, se não ao ridículo, quando nações que se julgam civilizadas, “superiores”, apesar de propagarem suas preocupações com o futuro do Planeta, numa clara demonstração de hipocrisia, protegidas pelo escudo do progresso, em busca de riquezas, vão mundo afora destruindo tudo, inclusive pessoas indefesas que lutam pela sobrevivência.
O Rio Doce e seus afluentes com suas cachoeiras de águas cristalinas e correntezas profundas, toda a sua fauna e flora, seus índios que integravam tamanha beleza naquele pedaço da Mata Atlântica, não escaparam da ganância dessa gente dita civilizada.
Desde o início do século XX o Vale do Rio Doce vinha sofrendo com a degradação do seu ecossistema. Nada escapou à ganância dos poderosos: suas matas, suas montanhas, seus rios, nem mesmo sua gente.
Alheio a esse turbilhão de avareza, lá pelos idos anos de 1930, cheio de esperanças, o jovem Velho Roque deixou a região da cidade de Viçosa, Minas Gerais, com destino ao Médio Rio Doce, em busca de prosperidade para sua família recém-formada.
Naquele Vale, enquanto via aumentar sua família, o Velho Roque viveu inúmeras aventuras, no meio de jagunceiros, pistoleiros, aproveitadores e também muita gente honesta e honrada.
Entre tantas histórias, alegres e tristes, vividas naquela região, restaram-lhe dez filhos, dentre os quais o Orestes, o penúltimo, nascido em 1947 que, com seu espírito curioso e ousado, acompanhou, sempre de perto, a vida do velho pai e o desenvolvimento do Vale do Rio Doce, até os anos de 1970.
Hoje, relembrando um pouco do que ouviu, viu e viveu naquelas paragens, só lhe resta lamentar a catástrofe a que acabou por se sucumbir o saudoso Vale, graças à avareza de vis mercadores que ali despejaram um mar de lama, destruindo o seu Berço Natal.
ISBN | 978-85-923932-0-5 |
Número de páginas | 348 |
Edición | 1 (2018) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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