“Solitária e insignificante”. Não é mesmo de grande monta ficar tecendo versos para uma ida musa do cinema. A despeito de uma visão preconceituosa, não me parece sequer uma “coisa de homem”! Mas, tudo bem... Entre os mares ingratos singrados neste livro, tem os que trataram da minha sensibilidade: o embate entre a beleza e a competência, a instrução e a sedução... A tentativa de inventariar o espólio de alguma auto-estima. O que há por traz deste empenho tão melindroso, redundante redundância: esta patética paixão. A necessidade de tanta pompa, para o exercício de tão aberto esculacho. Tudo para fiar uma balança que talvez não valha nada. Ninguém queria comprar. Seja mais um soberbo fiasco! Sigo firme com a minha índole intacta, um viúvo virgem! E ainda com a bússola perdida em seu norte... “Que a minha vida não seja esta!”, ainda o rezo: verso do meu “Luminância”!
Tentar achar razão no que talvez seja uma desbragada idolatria é uma idiotice. Como querer achar sentido nos versos, ou analisá-los, ou explicá-los está também na mesma categoria. Os versos essencialmente são. São o que são, e assim devem ser solvidos, virados de uma só vez ou em pequenos goles... É ridículo, mas eu gosto de me sujar! O sentimento, o que há de obsceno, podre, o seu exagero. Ofereço todo o medo! O que há de mais nojento! Um copo de pus! “Sereníssima” um chá com croissants, a bela Grace em variadas faces, vestida de desejos... Eis o meu opaco evangelho, meu livro de preces, cantigas e epistolas. Meu olhar para o vazio, o pleno de beleza, o que já morreu... O meu próprio eu que tento tirar das sombras... Valeu a pena!
Número de páginas | 150 |
Edición | 2 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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