SOLIDÃO

Este livro não foi escrito para o público geral, é uma obra destinada a quem conhece a poesia do autor, e ainda assim, aos que se debruçaram com profundidade sobre os títulos: O Fingidor, Sereníssima e Os Quatro Fantasmas. O poeta, por ressentimento, por um capricho gratuito ou por uma casuística estratégia de vendas, devolve a solidão sentida. Longe dos que são amigos, parentes e companheiros de sarau; para estes seres tão inalcançáveis, que compreendem os leitores finais, por onde passeiam os best-sellers, o vão reconhecimento, o dinheiro e o consumo vazio, este apurado livro é uma joia, uma relíquia cheia de mistério. Algo que terminantemente aponta para o óbvio: quem quer o melhor tem que procurar. Paga sempre mais caro quem não tem nenhum critério, ou simplesmente acha que tudo é igual. Pode parecer o mais puro exagero, mas o que este homem faz é poesia, a mais indubitável arte. Algo só abaixo dos milagres, e ainda assim tão raramente. Ele, que na sua abundância, já não tem mais nada que o salve. Se por um acaso for esta a sua compreensão ao final desta leitura, parabéns!