A bem da verdade, Raul não é o pai do rock nacional, antes dele surgiram outros nomes que empunharam a bandeira do frágil negro ritmo no Brasil, nomes estes que nem merecem citações, pois acovardados, abandonaram à mercê do cruel destino, o filho bastardo americano. Mas foi Raul Seixas quem adotou o mancebo rock e o tirou das ruas esburacadas e sujas da indústria fonográfica, mãe cróia que nunca desvelou cuidados em relação ao seu rebento negro. Ao filho negro e tido e havido como rebelde e louco, marginal e inconsequente, Raul dedicou sua turbulenta vida, deu casa e comida e educou-o a ponto de transformá-lo num dos maiores e mais causticantes filósofos brasileiros e acabou morrendo antes do combinado por seu filho negro. Observem, leitores raulseixistas e aprendam que, os animais são mais generosos que os homens, porque nunca se viu um leão escravo de outro leão, nem cavalo escravo de outro cavalo. A humanidade é imortal e jamais terá fim, pois Deus precisa do homem para existir. Quem pensa somente no futuro é um insensato; afinal, o que o futuro lhe trouxe? Estes são pensamentos que, embora não pertençam à lavra filosófica do baiano Raul Seixas, eram máximas que ele usava para compor suas letras filosóficas e impregná-las com o ritmo negro que ele adotou como filho, portanto, por esta razão única, Raul foi mesmo o único com a merecida pecha de pai do rock nacional. Para ter força, sê um artesão das palavras. A força de um ser é sua língua, e as palavras são mais eficazes que qualquer forma de luta, ditos verdadeiramente incólumes para o aprendizado humano, vociferados por Merikarê e os quais Raul sabia de cor e os praticava diariamente, pois a força da palavra, realmente move montanhas.
Número de páginas | 182 |
Edición | 2 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Portugués |
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