Cozinha é um verdadeiro inferno! Os tempos hoje são outros: a gente trabalha para não ter que lavar vasilhas. Casa é um acampamento. E que nela não falte todas as convenientes máquinas, que também trabalhamos para ter. Feliz de quem ainda ostenta uma empregada ou uma faxineira, no mais é ter que lidar com a sujeira. Foi-se o tempo que um pai de família não punha a mão numa vassoura. Tenho amigos engravatados que devem ser uma graça de lenço na cabeça lavando banheiro. Mas esta cena ninguém exibe. Os machos só vestem suas camisas em pestilentos porões nas lastimadas confrarias viabilizadas pelo whatsapp. Mamãe não é mais uma entidade filantrópica, ela tem claramente seus fins lucrativos, e não é nada barato! A patroa já não encara numa boa, muitas vezes é dela o salário melhor. E o que já não era um bom negócio, a curva vertiginosamente descendeu. Tudo é trato melindroso. E poeta, meu irmão, não é homem! Eu, mesmo, não me suporto; no que tenho que fazer a minha própria comida, lavar a minha roupa... E a palavra como cria: sapatos novos, saídas... As mesmas dispendiosas preliminares. A piscina; a criminosa metáfora: muito dinheiro gasto pelo pouco que efetivamente dela se goza. Eu não aprendi ainda, nesta solidão heróica. Sim, mas mesmo ela, tem lá os seus dias de bico: não é sopa – Filha da mãe!
Número de páginas | 100 |
Edición | 1 (2015) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Portugués |
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