Este é um livro de muitas jornadas, há nesta obra muitos livros dentro de um só. Publicado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, mas escrito ainda ao longo do terror, ele sinaliza uma nova esperança, uma nova era para a espiritualidade humana: que tenha sobrevivido ao tempo, e que seja até hoje um bestseller global, é um sopro de alívio para todos aqueles que despertaram da ilusão material.
Ao longo da leitura de "Autobiografia de um iogue", Yogananda vai nos seduzindo pouco a pouco. Não se gaba do que veio a conquistar em seu caminho espiritual em nenhum momento, mas principalmente no início retrata a si mesmo de maneira humilde, um jovem que sonhava conhecer o Himalaia, e que se interessava mais pelos monges e gurus do que por sânscrito ou matemática. Os milagres, grandes ou pequenos, ficam em segundo plano, tudo o que lhe interessa descrever de fato é como, desde o início, ele sempre esteve em busca de Deus – com Seus muitos nomes e nuances.
Assim, não se trata de uma obra que queira provar alguma coisa. Até mesmo Yogananda só passou a acreditar em certas coisas depois de vivenciá-las. O ceticismo fazia parte de seu dia a dia, tanto que precisou ver para crer em muitos dos milagres dos santos e das santas que cruzaram o seu caminho; ou melhor, que ele tratou de ir atrás. Foi amigo tanto de cientistas quanto de gurus, circulava tanto em meio aos mais ricos quanto entre renunciantes estritos, alguns dos quais sequer usavam roupas.
Mas a sua obra fala, em essência, de sua relação com Deus, e de como essa relação se refletiu diretamente em sua convivência com os seres humanos, os filhos de Deus, os reflexos do divino. No entanto, isso não fica tão evidente em nenhum momento do texto, não é algo que o autor quisesse nos trazer como uma espécie de mandamento, “Ame a Deus acima de todas as coisas”, não: Yogananda faz disso o seu exemplo de vida, é algo que fica subentendido nas entrelinhas, como uma fragrância perene fluindo de suas palavras. É assim que somos conquistados, é assim que esta leitura pode ser verdadeiramente transformadora.
Tendo influenciado desde os Beatles a Steve Jobs, esta obra segue sendo o maior e mais duradouro ponto de contato entre a espiritualidade da Grande Índia e o Ocidente.
O tradutor.
ISBN | 9786500766059 |
Número de páginas | 584 |
Edición | 1 (2023) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabado | Tapa blanda (con solapas) |
Coloración | Blanco y negro |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Portugués |
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