Ao longo da história, a temática do amor tem sido difundida na cultura dos diferentes povos, em diferentes formas de expressão, sejam elas artísticas, literárias, científicas, mítica, místicas e/ou religiosas, por ser encarada como parte da essência humana.
O livro, parte integrante da coleção “Poesofias” (poemas filosóficos), de uma forma poética, filosófica, irônica, cômica, e muitas vezes também questionadora do mundo em que se vive, trata da temática do amor entre os diferentes sexos ou gêneros humanos, centrando-se nos paradoxos existentes entre os ditos “amor apaixonado”, o “amor romântico” e as concepções de amor pós-modernas, a saber:
1- O amor apaixonado é marcado por uma urgência que coloca o indivíduo à parte das rotinas da vida cotidiana, com a qual, na verdade, ele tende a se conflitar. Ele arranca o indivíduo das atividades mundanas e gera uma propensão às opções radicais e aos sacrifícios. Tem como característica não ser reconhecido como uma base necessária ou suficiente para o casamento;
2- O amor romântico surge por meio de uma espécie de atração instantânea – dito “amor à primeira vista” –, sem, no entanto, estar carregada da atração sexual e/ou das compulsões sexuais e eróticas que caracterizam o amor apaixonado. Segundo Anthony Giddens*, “o primeiro olhar” é uma atitude comunicativa ou uma compreensão intuitiva das qualidades do outro. Ou seja, é um processo de atração por alguém que pode tornar a vida de outro alguém, digamos, “mais completa”.
3- O amor pós-moderno refere-se a uma situação em que se entra numa relação apenas pela própria relação e que só continua enquanto ambas as partes considerarem que extraem dela satisfação suficiente, para cada uma individualmente, nela permanecerem. É o exercício de uma sexualidade sem casamento, centrada no “ficar”, “sair com” e/ou no “viver apenas um lance”.
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